Capítulo 2 - 1999 - Hawai - EUA


Sonho? Nada, era verdade mesmo. De repente um convite: vamos para o Hawaii? Mais uma vez o Gustavo teria uma reunião da empresa que ele trabalhava. E eu, de novo, estava nesta. Seriam apenas 4 dias no Hawaii, mas que foram inacreditáveis. Eu custei a acreditar que eu iria para lá. Só que desta vez o pânico com o custo seria maior. Eu tinha acabado o meu curso de parapente e estava comprando meu primeiro
parapente e pagando em dólar. Detalhe, exatamente no mês da viagem, fevereiro de 1999, o dólar dobrava de valor. E eu tinha acabado de ser efetivada naquela mesma grande empresa onde eu era estagiária. Mas, vamos lá. Tudo dá jeito! E como o Gustavo estava a trabalho, eu não precisei me preocupar com o preço do hotel. Mais um 5 estrelas maravilhoso. Estava acostumando “mal”. Como eu tinha acabado de ser efetivada, não tinha direito a férias. E agradeço muito ao meu chefe na época, o Zé Ricardo, que me liberou para essa viagem.

Arrumamos as malas e no dia 23 de fevereiro de 1999 nós chegamos em Los Angeles, onde fizemos uma conexão um pouco longa para que pudéssemos conhecer Hollywood. Visitamos o Teatro Chinês, a calçada da fama e como não podia deixar de conhecer, fomos à Universal Studios de Los Angeles.



Que incrível ver todos aqueles efeitos: o carro, o relógio e as técnicas de filmagem do “De volta para o futuro”; técnicas de filmagem de “Um hóspede do barulho”, “King Kong”, “Tubarão” e tudo que se pode imaginar em efeitos especiais. Eu, que morro de medo de montanha-russa, não pude escapar do “Jurassic Park”, uma queda enorme dentro d’água. É bem verdade que não é uma daquelas montanhas gigantes,
mas a queda era suficiente para eu ficar muito apreensiva. Mas foi muito divertido, além do fato que terminamos o “Jurassic Park” completamente encharcados.



À noite fomos para o hotel dormir cedo pois a viagem do dia seguinte seria longa. E a ansiedade era grande, pois partiríamos para o Hawaii.

No dia seguinte, finalmente chegamos em Maui. Já no aeroporto, a recepção foi calorosa. Mulheres hawaianas nos recepcionavam com colares de flores de verdade. Parecia que eu estava sonhando com a “Ilha da Fantasia”. Alugamos um carro e fomos direto para o hotel. No caminho, pegamos a litorânea e
fomos passeando pela ilha até chegarmos no hotel. E então, logo na primeira vista para o mar, eu tive a visão maravilhosa e inesquecível do mergulho de uma baleia jubarte. Não dá para descrever a sensação. O Hawaii é um lugar mágico.

Ao chegarmos no hotel, fizemos check in e fomos para o quarto. Ao abrir a janela fiquei estarrecida com o visual. Claro que eu não podia deixar de colocar essa foto aqui. Imagina acordar todos os dias com esse visual? As rochas são de material vulcânico. Toda a ilha é de material vulcânico.



No primeiro dia no Hawaii não deu tempo de ir passear pela ilha. O passeio, quando chegamos, foi somente enquanto íamos para o hotel. No final da tarde aproveitamos muito a piscina do hotel. O bar da piscina era maravilhoso. Ficávamos sentados em banquinhos dentro da própria piscina só aproveitando os drinques. À noite teve um jantar divino no próprio hotel, com apresentação de dança típica, com os nativos dançando
Hula. A Hula é uma tradição passada de geração a geração, que remonta ao período histórico matriarcal. No Hawaii, ela não é apenas uma dança, mas um estilo de vida baseado numa religião ancestral de seu povo, com cantos e variedades de ritmo, rica em acessórios naturais, totalmente baseada numa mitologia repleta de lendas, orações e amor à Mãe Natureza. Trata-se de uma dança devocional, que assumiu caráter de performance após a ocupação estrangeira no Hawaii.


No dia seguinte, o café da manhã foi servido ao ar livre. Preciso dizer algo? Acho que não. Tínhamos o dia livre e fomos para as praias. Afinal, estávamos no Hawaii. O Frederico, um dos amigos no grupo, levou a prancha para surfar. Sorte que o mar não estava com ondas gigantes e ele pôde aproveitar muito as ondas do Hawaii. Nossa primeira parada: Honolua Bay. Ali somente os surfistas. Não era praia para banhista e eu só fiquei olhando o Fred pegar onda. Depois de Honolua, fomos até o centro, onde paramos em Lahaina Center. Lá almoçamos no Bubba Gump, um restaurante com tema do filme “Forest Gump”. À noite foi o primeiro jantar oficial para as pessoas que estavam a trabalho e seus acompanhantes. E acreditem se
quiser... teve show do Willie Nelson. Eu, claro não podia acreditar. Tudo até então parecia um sonho. Eu adoro a música country americana e neste tema, quem não conhece o Willie Nelson, lenda do country americano?


No dia seguinte, fomos conhecer as demais praias da ilha. Esperávamos, ansiosamente, para ver as enormes ondas do Hawaii. Infelizmente, não era uma semana de ondas grandes. Mas o visual é lindíssimo. Passamos por Hookipa Beach, Maliko Bay e fomos até Maalaea Harbor, onde pegamos um barco para mergulharmos em Turtle Bay.

Essa é a foto de Maliko Bay.



O caminho para Turtle Bay é lindo. Conforme vai se afastando da costa, dá para ter uma imagem geral da ilha de Maui. Como esse lugar é incrível! Turtle Bay fica um pouco distante de Maui, mas o passeio de barco vale a pena. Chegando lá, o instrutor do barco passou todas as dicas de como deveríamos nos comportar caso alguma tartaruga se aproximasse. Eu tive essa sorte grande. Estava nadando, quando percebi que algo grande se aproximava. Fiquei bem parada e lá estava ela. Uma enorme tartaruga nadando como se eu nem estivesse ali. Pena que neste momento eu não estava com a máquina fotográfica. Não tínhamos máquina apropriada para tirarmos fotos embaixo d’água e então decidimos comprar uma daquelas descartáveis. Funciona muito bem. Olha eu nadando em Turtle Bay.



Depois de muito nadarmos, voltamos para o barco pois ainda tinha muito passeio. Fomos para a famosa Molokini Island. Molokini é um vulcão submerso que fica cerca de 4 quilômetros da costa de Maui. Olhando de cima, parece uma lua crescente e embaixo d’água há uma variedade enorme de espécies de peixes em função da formação rochosa que é totalmente vulcânica. Foi muito interessante a recomendação e
instrução sobre os sinais que deveríamos fazer caso víssemos algum tipo de tartaruga e até mesmo tubarão. Claro que dessa parte eu não gostei nada. Ficava imaginando eu virando comida de tubarão. Nada agradável. Mas fomos lá. E realmente é incrível mergulhar neste lugar. Na verdade, não mergulhamos
com garrafa e tanto em Turtle Bay quanto em Molokini estivemos apenas com snorkel.




No caminho de volta a Maui, vimos muitas baleias jubarte, mas eu não consegui tirar uma foto decente dessa beleza. Foram umas 30 fotos (naquela época não tinha máquina digital), porém só aparece a espuma na água depois que elas mergulhavam. Fico devendo. Acho que vou ter que voltar ao Hawaii para tirar essas fotos!

De volta a Maui, já chegávamos ao penúltimo dia no Hawaii. A hora da partida estava chegando e tínhamos que aproveitar tudo que o Hawaii nos podia proporcionar. Lembra que eu comecei o curso de parapente no ano anterior? Pois é, eu tinha acabado de terminar o curso quando eu fui para o Hawaii e o que descobri....?
o parapente também era praticado por lá. É claro que eu tive que buscar um voo. Naquela época eu ainda não tinha condições de voar em qualquer lugar. Eu ainda era muito novata. Então, fui buscar um piloto de duplo para voar em Maui. Conversei muito com os pilotos de lá, contei que tinha acabado o curso e que já
tinha meu próprio parapente. Foi o máximo! Pena que a condição do tempo não nos permitiu voar. O tempo estava muito fechado. Do alto da rampa, no vulcão Haleakala, não se via nada, era pura nuvem. É isso mesmo, a rampa de decolagem fica no topo do vulcão Haleakala. Na linguagem dos parapentistas, diríamos que o vulcão estava todo “entubado”! Enquanto eu estava na montanha tentando voar de parapente, nossos amigos estavam tentando buscar as ondas enormes do Hawaii. Descemos da montanha e
nos juntamos em Hookipa Beach.



Como eu havia dito, infelizmente não conseguimos ver ondas muito grandes. Essas aí foram as maiores que eu vi de perto (acho que chegava de 1,50m a 2,0m de altura).

Depois de Hookipa Beach, ficamos passeando pelo Lahaina Center. Já havia comentado do Lahaina anteriormente, mas não tinha entrado em detalhes. Lahaina Center fica no centro de Maui. Onde há shoppings, bares, centro financeiro, centro comercial e onde a noite acontece em Maui. À noite, jantamos no próprio hotel. Tenho que dizer que ficamos no Hyatt Regency Hotel, um resort 5 estrelas maravilhoso com o lual hawaiano mais famoso de Maui.

O último dia no Hawaii chegou para nossa tristeza. Aproveitamos o dia com um belo passeio de helicóptero pela ilha. Na verdade, eu queria mesmo era sobrevoar o vulcão Kilauea. O Kilauea é um vulcão ainda em atividade, porém esse passeio custava muito caro para as minhas condições na época. E a coisa que eu mais me arrependo dessa viagem foi não ter feito esse voo. Depois eu daria um jeito com minhas finanças, mas
tomei a decisão errada. Não que o passeio de helicóptero tenha sido ruim, pelo contrário, foi lindíssimo, mas quando eu penso que não tenho ideia de quando irei sobrevoar um vulcão em atividade, eu quase choro.

O dia estava chuvoso, mas fomos mesmo assim. Colocamos o salva-vidas (uma pochete na cintura) e subimos no helicóptero. Eu com minha mania de passarinho, logo pedi para sentar ao lado do piloto. Queria ver todos os comandos, tudo que ele fazia. O voo durou uma hora e tivemos alguns momentos de emoção. Bem, não deve ter sido nada de mais, porém para nós parecia que estávamos fazendo quase que manobras
radicais. As duas próximas fotos foram tiradas do helicóptero e uma delas dá para se ter ideia de como estavam as ondas neste dia, que com certeza eram maiores do que as que vimos durante os dias que estivemos por lá.



Na próxima foto, o mar era bem propício para o surf e neste local os surfistas só chegavam até a arrebentação puxados por jet-skis.




Depois, voltamos para o hotel e arrumamos as malas. Partimos no dia seguinte de volta ao Brasil. No ano seguinte, ano 2000, eu não viajei a nenhum lugar, mas foi por uma boa causa na época. Como o mundo não
acabou no ano 2000, em 2001 eu voltei a planejar minhas aventuras.

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