Capítulo 7 - 2004 - Chile


Minhas férias de 2004 se aproximavam e eu decidi conhecer o Chile. Desta vez tive que ir em julho porque eu teria uma reunião importante no trabalho justo na primeira semana de setembro. Maio e setembro são os  melhores meses para se tirar férias. É baixa temporada e o clima na maior parte do mundo é agradável.  Como desta vez não seria possível viajar em setembro, parti para o Chile no final de julho de 2004. Como dizia minha amada mãe, nada acontece por acaso. E eu acredito muito nisso. Minha mãe vinha sentindo  tonteiras frequentes e os médicos não diagnosticavam nada a não ser a suspeita de labirintite. Em julho de  2004, minha mãe estava tomando remédios para labirintite e que não fizeram muito efeito. Uma semana antes da minha viagem, fomos jantar, eu e meus pais, e nenhum de nós poderia imaginar que seria a última vez que minha mãe sairia para jantar. Em setembro, logo após o feriado da independência do Brasil,  recebemos o resultado dos exames que mostraram que não era nada de labirintite e sim câncer no tronco  cerebral. Lembro-me daquele dia que parecia que o chão havia sumido. Não podíamos acreditar que aquilo estava acontecendo. Se eu tivesse saído de férias em setembro, não estaria o lado da minha família neste  momento que foi extremamente difícil para todos nós.

Vamos voltar à viagem. No final de julho, cheguei em Santiago do Chile. Fiquei dois dias lá e logo depois  parti para Termas de Chillán. Santiago é uma cidade linda, cercada pela cordilheira dos Andes que dá um  charme especial à cidade.


Andei bastante por lá e fui ao Cerro Santa Lucia, de onde se tem a vista de todo o centro da cidade, com a  cordilheira ao fundo.



A cidade de Santiago foi fundada em dezembro de 1541 aos pés do Santa Lucia em um acampamento  indígena Mapuche, às margens do rio Mapocho. O cerro Santa Lucia era, no início, um mirante e ponto de  reconhecimento da cidade para os conquistadores. No início do século XIX, transformou-se em uma  fortaleza das tropas leais ao rei da Espanha.

A foto seguinte é do centro de Santiago.



Depois do cerro Santa Lucia, fui à Biblioteca Nacional, à Plaza de Armas e andei bastante por esta parte da  cidade. Eu tinha planejado passar uns dias em Termas de Chillán e fui até a estação de trem para ver se eu  conseguia passagem para lá. São cerca de 400km de Santiago até Chillán e eu ainda não tinha decidido se  iria de ônibus ou de trem. Existe um voo de Santiago para lá, mas custa mais do dobro do preço. Resolvi  comprar a passagem de trem. São 4 horas até lá e é bem confortável. A paisagem é bem bonita, pois o trem  vai margeando a cordilheira.

No dia seguinte, parti para Chillán. Eu não fiquei hospedada no centro de esqui onde os hotéis possuem as  famosas piscinas de águas termais que se mantêm aquecidas pelo vulcão Chillán que está inativo. Inclusive,  as pistas de esqui da estação descendem deste mesmo vulcão.


Eu fiquei na cidade mais próxima, há uma hora da estação de esqui. Eu teria mais opções se me hospedasse  na cidade ao invés de na estação, inclusive em uma das noites eu fui ao cinema da cidade assistir Harry  Potter. Porém, todos os dias de manhã eu acordava cedo, pois o ônibus saía às 07h para Chillán e eu queria  aproveitar o máximo do dia na estação. O ônibus de volta partia às 17h e eu não podia perdê-lo pois não  havia outra maneira de voltar para a cidade. Chillán é uma cidade pequena, com aproximadamente 150 mil  habitantes (senso de 2002), mas bem bonita, arrumada e bem cuidada.



A estação de Termas de Chillán é linda e muito arborizada.



Nevou durante toda a semana e a qualidade da neve para esquiar estava espetacular.




Como eu descia da montanha com antecedência, com medo de perder o ônibus, nesse dia deu até para eu  fazer um boneco de neve. Esse foi meu primeiro boneco de neve. Eu nunca tinha feito um boneco de neve!

Eu fiquei cinco dias em Chillán e depois voltei para Santiago. Antes de sair do Brasil para o Chile, eu e  minha amiga Nídia combinamos de nos encontrarmos em Santiago. Eu fui antes para o Chile e depois ela se  encontrou comigo para passarmos alguns dias de férias juntas.

No dia seguinte, a Maria José e o Aureliano – que trabalhavam na mesma empresa que eu, porém em  Santiago – nos levaram para esquiar em Valle Nevado. Valle Nevado fica a 3.025m de altitude, na Cordilheira dos Andes e somente a 40 minutos de Santiago. A subida de carro é que é dolorosa. São cerca  de 50 curvas bem fechadas até a estação. Portanto, quem tem problemas de enjoo tem que se preparar.

Valle Nevado é uma estação de esqui enorme, mas muito interessante porque não tem nenhuma árvore.  Todas as pistas são muito amplas. Pela primeira vez, eu contratei um professor particular para que eu  pudesse experimentar umas pistas mais difíceis. Normalmente, eu fico nas azuis (intermediárias). E desta vez,  cheguei a fazer um pequeno trecho na preta (alta dificuldade). Mas vou continuar mesmo é descendo as  azuis que para mim já são suficientes.



Este dia na montanha foi inesquecível. Era 08 de agosto, meu aniversário. Você não vai acreditar o que minha amiga Nídia me deu de presente de aniversário: um passeio de helicóptero pela cordilheira. Foi  fantástico! A Nídia me chamou para dar uma volta e então fomos até o heliporto; chegando lá ela me falou  que íamos fazer um voo e que era o meu presente de aniversário. Uau! Entramos no helicóptero e, claro que  eu fui do lado do piloto. O piloto perguntou se queríamos um passeio com emoção ou sem emoção. Eu não  tinha dúvidas de que queria com emoção, mas a Nídia não deixou de jeito nenhum o piloto fazer nenhuma  gracinha. Mas não importava. O voo sobre a cordilheira foi lindíssimo! Olha só o visual!



À noite fomos jantar no bairro de Bella Vista para comemorarmos meu aniversário.

No dia seguinte, eu e Nídia fomos passear num lugar chamado Pueblito de los Dominicos. É uma espécie de  feira de artesanato local e com apresentação de danças típicas. Ficamos assistindo a dança típica chilena  chamada La Cueca.

Almoçamos por lá mesmo, fizemos algumas compras e depois fomos para o hotel.

Essa foto é da dança La Cueca.


Eu e minha amiga Nídia na frente do Los Dominicos.



No dia seguinte, fomos passear no shopping pela manhã. Eu ainda tinha algumas fotos para tirar e queria  acabar o filme para revelá-lo lá no Chile. Eu sempre revelo, por garantia, pelo menos um dos filmes no lugar  que eu estiver. Agora, na verdade, eu mando imprimir pelo menos as melhores fotos.

Neste mesmo dia nossas férias acabaram e voltamos para o Brasil.

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